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Hormônios e Mulheres na Menopausa. PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO 2021. [DOI: 10.1590/1982-3703003229745] [Citation(s) in RCA: 0] [Impact Index Per Article: 0] [Reference Citation Analysis] [Abstract] [Track Full Text] [Journal Information] [Subscribe] [Scholar Register] [Indexed: 11/22/2022] Open
Abstract
Resumo O término do ciclo fértil das mulheres está historicamente atrelado a sua capacidade reprodutiva, demarcando de maneira significativa o início do processo de envelhecimento. O climatério, momento de transição entre o período fértil e a menopausa (que é a última menstruação), é percebido em nossa sociedade como uma questão médica. O objetivo deste artigo é analisar como os hormônios, considerados produtos atuantes em dinâmicas humanas, agenciam modos de subjetivação entre mulheres que passam pela menopausa na nossa sociedade, que valoriza a produtividade e a juventude. Nesta pesquisa, inspirada na cartografia de controvérsias proposto por Bruno Latour, foram analisados sete vídeos disponibilizados no Youtube pela indústria farmacêutica Bayer que abordavam direta ou indiretamente a “reposição hormonal” para mulheres. Identificamos que as mudanças hormonais na velhice são compreendidas como um desequilíbrio, causador de calores, problemas de libido, osteoporose, problemas cardíacos, secura vaginal etc. Tais percepções levam à busca por soluções médicas, como a reposição hormonal, para que o corpo alcance novamente o equilíbrio perdido com o envelhecimento. Concluímos que os hormônios são prescritos pelos médicos com a promessa de as mulheres se manterem jovens e sexualmente atraentes para seus parceiros do sexo masculino dentro de uma perspectiva que reitera o machismo e a heteronormatividade na sociedade.
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Abstract
Resumo Este artigo visa analisar agenciamentos produzidos pelos hormônios na conformação de modos de subjetivação contemporâneos. A abordagem teórico-metodológica adotada se alinha aos estudos de Michel Foucault, especialmente em seus escritos sobre modos de subjetivação, e se aproxima de alguns conceitos postulados por pesquisadores alinhados à Teoria Ator-Rede (TAR), que nos ajudam a compreender aspectos relativos aos hormônios como atuantes na conformação dos modos de subjetivação. O corpus de análise foi constituído a partir de vídeos disponibilizados publicamente pela indústria farmacêutica Bayer, totalizando 34 vídeos. Concluímos que os hormônios têm produzidos efeitos diversos, entre eles a atualização do modelo binário de sexo, que, entre outras coisas, associa a mulher à função reprodutiva e os homens ao exercício da sexualidade. Tais premissas normatizadoras instituem determinados modos de subjetivação e constrangem a diversidade e a plasticidade.
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